Em Cabo Kennedy a contagem prosseguia normalmente e apesar das atenções estarem voltadas para os astronautas no topo do foguete, o mérito de chegar à Lua não era apenas deles. Até aquele momento mais de 300 mil pessoas haviam colaborado com o projeto Apollo, consumindo uma quantia corrigida superior a 3 trilhões de dólares.
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O lançamento daquele dia era crucial para as ambições espaciais americanas. O país travava uma batalha épica contra os russos desde o lançamento do Sputnik em1957 e chegar à Lua antes deles seria uma espécie de xeque-mate que comprovaria a superioridade técnica do "mundo livre". Um ano antes os soviéticos tinham conseguido enviar as sondas não tripuladas Zond 5 e Zond 6 até a órbita lunar e eram os únicos que tinham capacidade técnica para isso, mas uma série de problemas impediram os russos de fazê-lo.
Na sala de comando de Cabo Kennedy, Eugene Kranz aguardava por aquele momento. Kranz era a própria personificação da Nasa e toda a metodologia de controle e lançamento havia sido projetada por ele, incluindo o conhecido desenho das fileiras de controladores que chamou de frentes, linhas e trincheiras, mantido até os dias atuais. Nada podia dar errado e um a um, todos os setores foram questionados se o lançamento podia ou não ser feito:
- Telemetria?
- "Go" (significava "vá em frente!")
- Rastreio?
- "Go"
- Propulsão?
- "Go"
- Médicos?
- "Go"
- Resgate?
- "Go"
- Bombeiros
- "Go"
- Injeção translunar?
- "Go"
- Potência?
- "Go"
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Pelo menos 25 setores diferentes trabalhavam diretamente no lançamento e representavam milhares de pessoas. Cada "go" ouvido significava que centenas de pessoas haviam feito sua parte e que tudo estava checado. Após ouvir todas as confirmações necessárias, do alto da última linha de controladores Kranz comandou: "Ok. We go for Launch! (Ok, vamos lançar!).