Quarta-feira, 25 abr 2007 - 10h41
Astrônomos europeus anunciaram ontem (terça-feira, 24), a existência de um novo planeta, muito semelhante à Terra e que pelas características apresentadas pode realmente abrigar algum tipo de vida.
O novo planeta tem aproximadamente cinco vezes mais massa que a Terra e é 50% maior. De acordo com os cientistas europeus que descobriram o objeto, sua superfície deve ser rochosa ou coberta por oceanos. Devido à distância que orbita da estrela principal, sua temperatura pode variar entre zero e 40 graus centígrados. Essa é a primeira vez na história que um planeta com essas características é descoberto. A temperatura calculada para o novo planeta, muito semelhante à temperatura terrestre, torna muito provável a existência de água líquida, o que de acordo com nossos padrões, é fundamental para a existência de vida. Em entrevista concedida ao portal "O Estado de São Paulo", Stéphane Udry, coordenador do Observatório de Genebra e pesquisador chefe que liderou o estudo, ressalva que caso haja realmente algum tipo de vida neste planeta, ela será bem diferente da que conhecemos, já que a grande massa do planeta significa também maior gravidade. "Se isso é bom ou ruim, um dia saberemos. Por enquanto não sabemos nem como a vida se iniciou aqui na Terra", completa. O novo planeta orbita ao redor de Gliese 581, uma estrela anã vermelha de classe espectral tipo M, localizada na constelação de Libra, a 20 anos-luz de distância e bem menos intensa que nosso Sol. Normalmente os caçadores de vida extra-solares ignoram proximidades de estrelas deste tipo, já que um planeta, para se manter na zona habitável de temperatura, precisaria ficar muito próximo da estrela, o que inviabilizaria a existência de vida. No entanto, de acordo com Xavier Bonfils, do Observatório de Lisboa, esse conceito faz parte do passado. Segundo Bonfils, que também integra o grupo que descobriu o planeta, recentes estudos sobre habitabilidade dos planetas próximos às estrelas do tipo M mostram que a vida no novo planeta é de fato possível. O planeta descoberto apresenta uma série de características que ajudaram à sua descoberta. Por estar muito próximo da estrela principal Gliese 581, seu período orbital é muito rápido. Lá 1 ano leva apenas 13 dias. Além disso, mesmo pequeno, o planeta é muito pesado, e exerce uma forte perturbação na estrela próxima, já que quanto mais perto e pesado for o objeto, maior o seu efeito na velocidade de rotação da estrela. Essas perturbações podem ser detectadas por espectrógrafos de precisão, como o Harps, localizado no telescópio ESO, no Chile, capaz de medir velocidades com precisão de 1 m/s. Outro planeta, com massa similar a de Netuno já havia sido descoberto orbitando Gliese 581. Também há evidências de um terceiro planeta, com massa oito vezes a da Terra. Somente na última década mais de 200 planetas já foram descobertos fora do nosso Sistema Solar, a maior parte muito parecida com os gigantes gasosos Júpiter e Saturno, onde é impossível haver vida como a conhecemos.
As estrelas anãs vermelhas são do tipo mais comum em nossa galáxia, ao menos nas vizinhanças do nosso Sol. Próxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol, distante 4.4 anos-luz, é uma estrela do tipo M e sua magnitude aparente é de 11. Devido à baixa luminosidade, estrelas do tipo M são difíceis de serem observadas. Fotos: No topo, concepção artística de pmaetas orbitando uma estrela do tipo anã vermelha. Na foto acima, o telescópio ESO, localizado no deserto de Atacama, no Chile, onde as observações foram realizadas. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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