Segunda-feira, 22 out 2007 - 10h10
Não são muitas as pessoas que podem ver icebergs na Antártida. Vê-los se mover por grandes distâncias também não é uma tarefa tão fácil, por isso são usadas as imagens de satélites. Através de uma seqüência de cenas os cientistas podem acompanhar o deslocamento das gigantescas montanhas geladas e aprofundar o estudo de seu comportamento.
Na última semana, a ESA, Agência Espacial Européia, divulgou uma maravilhosa seqüência de imagens, e quando animadas, mostram não somente o deslocamento de uma grande geleira, mas algo mais interessante ainda. As cenas, ricas em detalhes, mostram o rompimento da montanha e o "nascimento" de outro iceberg. As imagens foram captadas entre setembro de 2006 e outubro de 2007, através do instrumento ASAR (Radar de Abertura Sintética) do satélite Envisat, e mostram o fenômeno ocorrendo no interior das geleiras da ilha de Pine, na Antártida Ocidental. As fotos mostram o processo a partir de setembro de 2006, com o gigantesco iceberg visto como um pequeno bloco branco, no centro-direito da foto. Até abril de 2007 o iceberg podia ser visto no mesmo local, praticamente estacionado sobre as águas do mar de Amundsen. Em maio de 2007, no entanto, a gigantesca montanha de água doce já havia se deslocado bastante desde a posição anterior. Em outubro de 2007 a imagem já mostra o iceberg partido, dando origem a uma pequena montanha de gelo. Mas não se iluda. Essa pequena montanha mede 34 km por 20 km, ou seja, o novo iceberg é maior que a cidade de São Paulo. A cena captada em maio de 2007 também mostra o início de uma rachadura na ilha de Pine e em outubro a rachadura já pode ser observada de forma bem acentuada. O "nascimento" de icebergs iguais a esse na Antártida ocorrem todos os anos e é parte do ciclo natural da camada de gelo. Um estudo feito com base nos últimos 30 anos mostra que grande icebergs se rompem em períodos entre cinco e dez anos. O último evento foi verificado em 2001. A ilha de Pine é a maior geleira da Antártida Ocidental e é de grande interesse científico porque transporta o gelo do interior do continente até o oceano, fluxo esse que tem se acelerado fortemente nos últimos 15 anos. Fotos: No topo, seqüência de imagens mostra o deslocamento e posterior rompimento do iceberg, dando origem a outra montanha de gelo. Acima, a localização da ilha de Pine, na Antátida Ocidental. Clique sobre a imagem de satélite para animá-la. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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