Terça-feira, 6 nov 2007 - 10h29
Após desacoplar da Estação Espacial Internacional na última segunda-feira, o ônibus espacial Discovery está pronto para retornar à Terra, depois de 13 dias de missão no espaço. O retorno da nave está previsto para quarta-feira, às 16h02 pelo horário de Brasília e será retransmitido ao vivo pelo Apolochannel.
De acordo com o centro de meteorologia e previsão do tempo, da Nasa, as condições meteorológicas são bastante favoráveis para a região do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. A previsão para a região da pista alternativa, localizada na Califórnia, apresenta condições favoráveis para quarta-feira. O ônibus espacial desatracou do complexo espacial às 08h32 da segunda-feira, após permanecerem conectados por quase 11 dias. A manobra ocorreu sem problemas, no momento em que as duas naves orbitavam o Pacífico Sul. Logo após a separação, o piloto da missão STS-120, George Zamka, afastou a Discovery por 120 metros da ISS e iniciou uma manobra de 360 graus ao redor do complexo, com o objetivo de documentar em vídeo de alta resolução a nova configuração da estação espacial. A separação final foi completada às 10h15, com a ignição dos motores da Discovery. Antes, porém, os tripulantes usaram o grande braço robótico para inspecionar o sistema de proteção térmico da nave. Durante a permanência na estação, iniciada com o acoplamento em 25 de outubro, a equipe da missão STS-120 deu continuidade à construção da ISS, instalando o módulo Harmony Node 2 e remanejando a viga-mestra P6, uma estrutura metálica de mais de 17 toneladas.
Durante a estadia a equipe efetuou quatro passeios espaciais, chamados tecnicamente de EVAs, ou atividades extraveiculares. Durante o terceiro passeio a equipe re-instalou a viga-mestra e reposicionou um dos gigantescos painéis solares. O quarto passeio teve o objetivo de fazer importantes reparos em outro painel solares, também preso à viga-mestra P6. Em seu retorno à Terra, a Discovery trará de volta o astronauta em Clayton Anderson, que estava a bordo da ISS desde junho. Em seu lugar ficará o engenheiro de vôo Daniel Tani, levado pela Discovery. Perdendo velocidade, a Discovery tende a perder altitude, aumentando o atrito sobre as altas da camada da atmosfera. Esse processo é conhecido como "reentrada", e é um dos momentos mais críticos de toda a missão, somente comparável em risco aos 8 minutos iniciais do lançamento. Durante a reentrada, a temperatura do corpo da espaçonave atinge mais de 1500 graus Celsius. O calor é isolado por milhares de pequenas placas de cerâmica e silica, que revestem a parte inferior do ônibus espacial. O nariz e bordos de ataque da nave são protegidos de forma mais cuidadosa, já que produzem maior atrito e consequentemente mais calor. Cada placa de cerâmica é única e numerada e não pode ser substituída por outra que não seja sua réplica. A elevada temperatura causada pelo atrito aquece os gases ao redor da espaçonave e os incandesce. Essa incandescência é conhecida como plasma e ocorre devido à ionização das partículas dos gases. Essa ionização bloqueia a propagação das ondas de rádio e impede a transmissão de dados e comunicações de voz entre a nave e o centro de controle da missão. O processo de-orbital desta quarta-feira ocorrerá durante a revolução 238 ou 239, dependendo das condições meteorológicas do momento.
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