Terça-feira, 22 jul 2008 - 10h26
Para alguns, imaginar a tarefa de se localizar sobre a Terra há alguns anos, sem equipamentos de GPS, é quase impossível. Afinal, esses aparelhinhos permitem, só de olhar, conhecermos nossa posição exata sobre qualquer ponto do planeta, além de fornecerem mapas cada vez mais detalhados do terreno ao redor.
Há dez ou quinze anos, para sabermos nossa posição eram necessários uma série de dados, entre eles mapas, bússolas, transferidores, réguas e uma boa dose de conhecimento do uso desse material. Além disso, a precisão da informação era bem menor que a obtida atualmente. Se voltarmos no tempo 100, 200 ou até 500 anos veremos que os exploradores do passado eram pessoas bastante conhecedoras das suas tarefas e tinham um grande conhecimento sobre como se localizar. Com o crescente interesse dos países desenvolvidos em reconquistar a Lua e ali construir bases permanentes, o problema de se localizar com precisão voltou a rondar a cabeça dos cientistas. Afinal, como os astronautas saberão onde estão se na Lua não tem GPS? Para solucionar esse problema, um grupo de cientistas ligados à Universidade de Ohio, EUA, estão desenvolvendo uma nova tecnologia que deverá auxiliar os astronautas a navegar na Lua e é baseada na mesma empregada nos jipes-robôs que hoje navegam na superfície de Marte.
"Quando estiver pronto, o sistema se parecerá muito com o GPS usado aqui na Terra", disse Rongxing Li, autor do projeto e professor de engenharia e ciências geodésicas da universidade de Ohio. De acordo com Li, que também é co-autor dos softwares que rodam nos jipes Spirit e Opportunity, em atividade na superfície de Marte, o uso combinado de sensores, navegação inercial (baseada em giroscópios) câmeras 3-D e processadores de última geração, fará as próximas viagens à Lua muito mais fáceis para os astronautas.
Manter a segurança dos astronautas é a prioridade máxima da equipe de Li. Além de peritos nas áreas de engenharia, também fazem parte psicólogos e especialistas na interação entre homem e máquina. "Nosso objetivo é a navegação na Lua, mas a saúde dos astronautas terá papel decisivo. Será preciso evitar ou diminuir ao máximo o stress caso se percam ou sintam-se frustrados com o desempenho do equipamento. A navegação lunar não é só um problema de tecnologia, mas também um problema biomédico", explicou li.
Segundo Li, os dados de posicionamento poderão ser consultados através de terminais presos aos braços dos astronautas e serão acessados de qualquer ponto da superfície lunar. Artes: No topo, concepção artísitica mostra uma hiopotética exploração lunar, com o sistema LASOIS preso ao braço de um dos astronautas. No detalhe o cientista Rongxing Li, autor do projeto, em seu laboratório na Universidade de Ohio. Créditos: Universidade de Ohio. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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