Terça-feira, 30 dez 2008 - 10h33
AberturaMuitos iniciantes acreditam que o parâmetro mais importante a ser levado em consideração durante a escolha do telescópio é o seu poder de ampliação. E não é para menos, afinal todos querem ver os planetas bem de perto, não é mesmo?
No entanto, ao contrário do que se pensa, o parâmetro mais importante de um telescópio é a sua abertura, que como foi explicado anteriormente se refere ao diâmetro da objetiva no caso dos refratores, ou do espelho primário no caso dos refletores. O diâmetro da objetiva ou do espelho principal tem papel decisivo na performance do telescópio, uma vez que quanto maior for seu diâmetro mais luz será captada e melhor será a definição da imagem do objeto focalizado. Ou seja: quanto maior a abertura, mais luz será captada e melhor será a imagem observada.
Em teoria, qualquer telescópio pode ampliar infinitamente, apenas diminuindo o tamanho da ocular (aquele segundo jogo de lentes onde colocamos nossos olhos para ver o céu). Acontece que quanto mais ampliamos a imagem de um planeta ou objeto, mais escura ela ficará. Se apontarmos um telescópio de 60 milímetros para Júpiter (o maior planeta do sistema solar) e aplicarmos a ele 600 vezes de aumento, a imagem vista no visor (ocular) será a de uma bolota completamente irreconhecível, sem foco e sem definição, que em nada se parecerá com o gigante gasoso. Como dissemos, existe uma regra bem simples para se determinar a maior ampliação possível de um telescópio: Multiplique por dois a abertura em milímetros. No caso de um equipamento de 60 milímetros o máximo aumento permitido será de 120 vezes. Naturalmente, essa regra pode variar de acordo com a qualidade ótica das lentes e muitos observadores experientes nem usam toda a capacidade de ampliação do instrumento. Com 50 vezes de aumento já é possível ver os anéis de Saturno, as faixas de Júpiter e suas quatro luas principais.
Numa noite normal e com pouca turbulência, o seeing limitará o limite de ampliação e dificilmente você conseguirá aplicar mais de 250x de aumento. Isso faz com que telescópios de 8 e 10 polegadas (200 mm e 250 mm) não possam ser utilizados em sua plenitude, apesar de permitirem aumentos de 400x e 500x respectivamente. Para que possam ser usados com aumentos maiores normalmente são levados para o alto das montanhas, onde os efeitos da atmosfera são menores.
Para facilitar o rastreio do objeto no céu, os telescópios são vendidos junto a uma montagem, disponível em dois tipos básicos: a montagem altazimutal ou "altaz" e a montagem equatorial. Na montagem altazimutal o telescópio se movimenta sobre dois eixos, que permitem apontar o instrumento para cima e para baixo ou para os lados. A montagem equatorial, por sua vez, é alinhada com o eixo de rotação da Terra e quando corretamente calibrada permite seguir o objeto com o movimento de apenas um dos eixos.
A montagem Dobsoniana é uma variação da montagem altazimutal e faz grande sucesso entre os fabricantes amadores de telescópios (ATMs), pois suporta facilmente grandes instrumentos com mais de 250 milímetros de abertura. Neste tipo de montagem o astrônomo segue o planeta ou objeto guiando o tubo do telescópio, que fica preso à montagem, que desliza em qualquer direção.
Por permitir o rastreio do objeto, a montagem equatorial é a mais utilizada pelos astrofotógrafos, que necessitam de longos períodos de exposição dos objetos, que precisam se manter imóveis durante a foto.
Mas nem tudo são flores e toda essa qualidade tem seu preço, tornando os telescópios refratores muito mais caros que os refletores se considerarmos a mesma abertura. Refratores de grande porte podem custar vários milhares de dólares e mesmo assim ainda serão considerados de pequeno porte. Grandes objetos como constelações e galáxias se tornam difíceis de serem observados, uma vez que a grande distância focal do instrumento restringe o campo de visão celeste. Além disso, o tubo alongado desse tipo de instrumento exige uma montagem extremamente rígida, caso contrário as observações poderão ser tremidas, como explicado acima.
Grandes telescópios refletores apoiados sobre montagens dobsonianas são muito populares entre os observadores. Modelos entre 114 mm e 200 mm são bastante comuns, tanto em montagens equatoriais como dobsonianas e são uma das melhores opções de escolha para os iniciantes.
O tubo dos telescópios refletores é normalmente aberto, deixando o espelho principal exposto ao ar e umidade. Como recomendação proteja sempre o telescópio com um saco plástico quando não estiver em uso, pois a poeira poderá se acumular na superfície do espelho, que precisará ser limpo com cuidado. Para ler a primeira parte clique aqui
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