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Sexta-feira, 16 jan 2009 - 09h47

Descoberta de metano reacende hipótese de vida em Marte

Uma equipe de cientistas da Nasa e de algumas universidades americanas conseguiu fazer a primeira detecção de gás metano na atmosfera marciana. A descoberta do gás tem extrema importância no estudo do planeta e confirma que Marte é biologicamente ou geologicamente ativo.

A descoberta de metano na atmosfera no Planeta Vermelho foi feita através do telescópio infravermelho ITF (Infrared Telescope Facility) da Nasa e do telescópio W.M. Keck, ambos localizados na ilha de Mauna Kea, no Hawaii. A assinatura do gás foi obtida com o uso de espectrômetros acoplados ao instrumento e que separam a luz vinda do planeta nas suas cores primárias. As observações mostraram a existência de três linhas espectrais de absorção e que juntas confirmam a presença de metano.

"O metano é destruído muito rapidamente na atmosfera marciana de diversas maneiras, então a descoberta das plumas do gás no hemisfério norte indica que algum processo ainda em andamento está liberando o gás", disse Michael Mumma, cientista ligado ao Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa.

Os primeiros sinais da substância haviam sido detectados no ano de 2003, mas a presença ainda gerava dúvidas. Juntando as observações feitas naquele ano e às realizadas em 2006, Mumma e sua equipe obtiveram o que chamam de" detecção definitiva".


O Metano
O metano é formado por quatro átomos de hidrogênio ligados a um átomo de carbono e é o principal componente do gás natural existente na Terra. Grande parte dos organismos vivos libera o gás após a digestão dos nutrientes, o que torna a detecção particularmente importante aos astrobiólogos. No entanto o gás também pode ser formado a partir de processos geológicos como a oxidação do ferro.

"Por enquanto não sabemos se a fonte do metano é de origem biológica ou geológica - ou ambas, mas a simples existência do gás mostra que o planeta ainda está vivo, pelo menos no contexto geológico", disse Mumma.

Segundo a pesquisadora Lisa Pratt, ligada à Universidade de Indiana, o metano de origem geológica existente na Terra é extremamente raro, o que torna mais plausível a origem biológica para o gás em Marte. De acordo com Pratt, a existência de seres vivos que se alimentam de metano e que se acumulam próximos à fonte do gás trás uma nova e interessante perspectiva de estudos sobre a possibilidade de vida em Marte. No entanto, para confirmar a presença de microorganismos nesses locais é preciso perfurar vários metros abaixo do solo.


Microorganismos
"Existem na Terra microorganismos que prosperam a mais de quatro quilômetros de profundidade na bacia de Witwatersrand na África do Sul, onda a radioatividade natural quebras as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio. Ali, os organismos usam o hidrogênio como energia. Dessa forma poderia ser possível que organismos semelhantes sobrevivam por milhares de anos abaixo da camada de gelo perene existente em Marte, onde a água é líquida, a radiação é fonte de energia e o dióxido de carbono forneça o carbono", disse Mumma.

"Nessas regiões, o metano produzido pelos microorganismos pode se acumular e ser liberado na atmosfera através de poros e fissuras que se abrem nas épocas quentes, conectando as zonas profundas à atmosfera na região das crateras e cânions.


43 toneladas por dia
Segundo o trabalho, publicado esta semana na edição de ScienceExpress, da revista Science, a quantidade de metano observada no verão de 2003 atingiu 19 mil toneladas. Não se sabe ao certo se a liberação do gás ocorreu de forma explosiva ou gradual. De acordo com o artigo, a média estimada de metano é de aproximadamente 500 gramas por segundo ou 43 toneladas por dia.

Devido à presença do Sol, o metano desaparece de forma muito rápido da atmosfera e a presença do gás nessa quantidade indica que algum processo em atividade está repondo o gás.

Um dos métodos usados para testar se o metano marciano é produzido por elementos vivos é através da contagem de isótopos. Os isótopos de um mesmo elemento têm propriedades químicas ligeiramente diferentes e os organismos vivos "preferem" usar isótopos mais leves. O deutério, por exemplo, é o nome dado a uma versão mais pesada do hidrogênio. Se o metano encontrado em Marte for de origem biológica, as análises mostrarão relações distintas de hidrogênio e carbono. No entanto, análises desse tipo ainda não são possíveis pois nenhuma das sondas em atividade no planeta têm capacidade para realizar essas análises.


Artes: No topo, imagem mostra os níveis de concentração de metano na atmosfera marciana. De acordo com os pesquisadores a média estimada é de aproximadamente 500 gramas por segundo ou 43 toneladas por dia. Acima, região da cratera Arabia Terra, local de maior concentração do gás. Crédito: NASA's Goddard Space Flight Center/Apolo11.

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