Sexta-feira, 13 mar 2009 - 10h30
Desde que foi lançado ao espaço, em abril de 1990, o Telescópio Espacial Hubble, ou HST, tem proporcionado aos cientistas e ao público em geral as mais belas imagens até hoje feitas do nosso Universo.
Apesar de não ser o primeiro ou o único telescópio em órbita da Terra, O Hubble é um dos maiores e provavelmente o mais versátil e sua contribuição aos estudos astronômicos tem sido vital desde que foi posto no espaço, permitindo um número incalculável de novas descobertas. De 200 papers (trabalhos científicos) publicados a cada ano e que recebem mais citações, pelo menos 10% são baseados nos dados do telescópio. Dizer qual das imagens do Hubble é a mais interessante ou importante não é uma tarefa fácil. As imagens abaixo são uma coletânea de 10 cenas que a nosso ver conseguem ao mesmo tempo serem belas e cientificamente importantes. Veja se não temos razão!
Descoberta em 1780 pelo astrônomo Pierre Méchain, M74 está localizada a 32 milhões de anos-luz na direção da constelação de Peixes e é formada por aproximadamente 100 bilhões de estrelas, sendo ligeiramente menor que a Via-Láctea. Em março de 2005, cientistas anunciaram a existência de um possível buraco negro de massa 10 mil vezes maior que nosso Sol em seu interior. Apesar de existirem diversas imagens dessa galáxia, a cena captada pelo Hubble é uma das mais belas e detalhadas.
Estrelas, gás e poeira proveniente da grande galáxia espiral NGC 3808, à direita, parecem formar um gigantesco braço celestial que envolve por completo sua companheira menor, NGC 3808A, à esquerda. A colossal força gravitacional envolvida é nítida e distorce até mesmo o típico formato das galáxias. A partir das imagens feitas pelo Hubble, os cientistas descobriram que ARP 87 contém um número maior de clusters de super estrelas - regiões mais compactas e ricas em estrela jovens - do que os encontrados em nossas galáxias vizinhas.
A imagem apresenta nitidez impressionante e revela as enormes cicatrizes deixadas pelos impactos do cometa sobre o hemisfério sul do gigante gasoso. Os impactos resultaram em diversas cicatrizes negras na atmosfera joviana, além de elevarem colunas de gás a milhares de quilômetros de altitude e formarem bolhas de gás de centenas de graus Celsius. Estima-se que os fragmentos tinham aproximadamente 2 quilômetros de diâmetro e atingiram o planeta a 60 km/seg.
Descoberta em 1784 por William Herschel, a nebulosa abriga em seu interior mais de 300 estrelas quentes com massa 15 a 60 vezes maiores que nosso Sol e se localiza a 2.7 milhões de anos-luz da Terra, na borda da galáxia espiral M33, direção da constelação do Triângulo. A cena apresentada foi registrada em janeiro de 1995 através da Câmera Planetária de Campo Largo. Foram realizadas diversas exposições em diversos comprimentos de onda, com o propósito de estudar as propriedades dos gases ionizados que atingem mais de 10 mil graus Celsius. O estudo dessas imagens permitiu aos cientistas esclarecerem os diversos pontos referentes à formação e evolução do meio interestelar.
Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar e o segundo maior em tamanho. Seu gigantesco sistema de anéis tem aproximadamente 274 mil quilômetros de diâmetro, mas sua espessura não passa de 1.5 quilômetro. A cena captada pelo telescópio Hubble é uma das mais belas já feitas dos planetas do Sistema Solar e a riqueza de detalhes dá a impressão de que a cena não é apenas uma foto, mas uma pintura feita para admirar.
No início os pesquisadores pensaram que o aumento de brilho era o resultado de uma explosão comum de uma estrela em estado de supernova, mas hoje praticamente todos concordam que o evento foi totalmente diferente, com algumas teorias apontando para a fusão de duas estrelas ou até mesmo que V838 Monocerotis tenha engolido os planetas gigantes que a orbitavam. A imagem captada pelo telescópio espacial Hubble mostra com clareza os ecos da explosão. Na cena a luz é refletida pela poeira estelar, emoldurada por espirais e redemoinhos provocados por poderosos campos magnéticos.
A foto retrata gigantescas estruturas em forma de colunas formadas por hidrogênio interestelar e poeira, responsáveis pelo nascimento das novas estrelas do Universo. Registrados em 1995, os três pilares de poeira cósmica constituem a imagem mais emblemática captada pelo Telescópio Hubble, mas os pesquisadores acreditam que o ícone não exista mais. Uma violenta explosão de uma supernova, ocorrido há 8 mil anos, emitiu uma poderosa onda de choque que provavelmente desmoronou os pilares. A violenta explosão chegou à Terra há 2 mil anos e possivelmente foi vista pelos habitantes daquela época como um forte clarão naquela região do céu.
No centro da nebulosa se encontra o Pulsar do Caranguejo, uma pequena estrela rotatória de nêutrons que emite feixes eletromagnéticos a razão de 30.2 pulsos por segundo, que se propagam desde os raios gamma até o espectro de radiofrequência. Estima-se que seu diâmetro atual seja de apenas 30 quilômetros. Foi a Pulsar do Caranguejo que explodiu e se transformou em uma supernova. O evento foi observado por astrônomos árabes e chineses no ano de 1054, que relataram que o brilho era tão intenso que podia ser visto até mesmo durante o dia.
Distante cerca de 30 milhões de anos-luz da Terra na direção da constelação de Virgem, a galáxia do Sombrero, ou M104, é formada por um proeminente disco de partículas e gás e uma gigantesca e brilhante protuberância central. Em 1990, utilizando imagens do Telescópio Hubble, um grupo de pesquisadores demonstrou que era impossível manter a velocidade de rotação das estrelas em sua área central, a menos que uma gigantesca massa 1 bilhão maior que o Sol estivesse presente em seu centro, concluindo então pela existência de um dos maiores buracos negros já descobertos.
A cena levou quatro meses para ser feita, entre setembro de 2003 e janeiro de 2004, e mostra objetos localizados há mais de 13 bilhões de anos-luz. O objeto mais tênue registrado na imagem tem menos de 4 bilionésimos do brilho que podemos ver com nossos olhos e representam as primeiras estrelas criadas no Universo.
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