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Terça-feira, 21 abr 2009 - 09h41

Cientistas descobrem possíveis planetas rochosos ao redor de estrelas

O uso sistemático dos mais modernos telescópios tem permitido aos cientistas comprovarem de modo direto aquilo que os modelos matemáticos já previam, mas que ainda não haviam sido observados. Foi o que aconteceu recentemente, quando os astrofísicos concluíram que entre 1% e 3 % das estrelas conhecidas como anãs brancas são orbitadas por objetos formados por rocha e poeira.

A descoberta foi feita por pesquisadores britânicos e norte-americanos, que utilizaram os dados captados no espectro infravermelho pelo telescópio espacial Spitzer, que varreu o espaço ao redor de diversas anãs brancas. O trabalho foi apresentado na segunda-feira (20/abr) na universidade de Hertfordshire, durante a Conferência da Semana Européia de Astronomia e Ciência Espacial.

"O brilho no espectro infravermelho provocado por algumas anãs brancas é um claro sinal de que existem ou existiram planetas rochosos nesses sistemas", disse Jay Farihi, astrofísico da Universidade de Leicester e um dos autores do trabalho. No entender de Farihi, a poeira pode ter sido produzida por asteróides que foram atraídos ou expulsos pela força gravitacional da estrela e que agora puderam ser detectados na forma de um disco de fragmentos.

Trabalhos anteriores realizados pela equipe de Farihi, feitos com uma coleção de oito anãs brancas, já haviam revelado a existência de asteróides fragmentados orbitando as estrelas. O trabalho atual se concentrou em anãs brancas ricas em metais e revelou padrões estatísticos que apontavam para a possibilidade de existência de planetas rochosos.

De acordo com Ben Zuckerman, integrante da equipe de Farihi e ligado à universidade da Califórnia, foram descobertas14 anãs brancas rodeadas por fragmentos de poeira. "Esse número sugere que entre 1% e 3% de estrelas do tipo A e F, ligeiramente maiores e quentes que nosso Sol, são orbitadas por planetas rochosos como a Terra", explicou o Zuckerman.


Anãs Brancas
Anã branca é fase final que atingem estrelas com até 10 massas solares após esgotarem todo seu combustível de hidrogênio. Antes de atingir esse estágio a estrela passa pela fase de gigante vermelha, quando ejetam grande parte de suas camadas externas produzindo uma nebulosa planetária. Esse é o destino do nosso Sol dentro alguns bilhões de anos.

Quanto maior a massa de uma anã branca, menor seu tamanho. Tipicamente, uma anã branca tem aproximadamente 0.6 massas solares, com tamanho similar ou maior que a Terra. Isso significa que sua densidade é tão elevada que uma simples colher de sopa de sua matéria pesaria milhares de toneladas.


Arte: Concepção artística mostra fragmentos rochosos orbitando uma estrela anã branca. Crédito: Nasa/Spitzer Telescope.

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