Quinta-feira, 30 abr 2009 - 09h28
Um novo estudo publicado esta semana pela revista britânica Nature afirma que somente uma revolução no uso da energia poderá evitar uma catástrofe devido ao aquecimento global. Segundo o estudo, mantendo o atual ritmo de emissão de carbono a elevação da temperatura na Terra ultrapassará com facilidade a meta de 2 graus Celsius prevista para o final do século.
A conclusão foi alcançada por dois trabalhos independentes realizados pelos pesquisadores Malte Meinshausen, da Universidade de Potsdam, na Alemanha e Myles Allen, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. De acordo com os cientistas, para que a temperatura não ultrapasse a marca de 2 graus é necessário que a quantidade de CO2 (dióxido de carbono) emitida não ultrapasse 1000 gigatoneladas até o ano de 2050. Considerando-se que apenas nos primeiros sete anos do século 21 a humanidade já emitiu aproximadamente 250 gigatoneladas, estima-se que até 2050 a quantidade emitida ficará em torno de 1750 gigatoneladas, quase o dobro do limite. "Se continuarmos queimando combustível fóssil da forma atual, em menos de 20 anos esgotaremos o orçamento permitido elevando acima de 2 graus o patamar previsto", disse Meinshausen.
Os combustíveis fósseis, entre eles os carvão, gás e petróleo, constituem a espinha dorsal da geração de energia em todo o mundo, mas também são a principal fonte de emissão de dióxido de carbono, responsável direto pelo aquecimento da atmosfera e alterações nos padrões climáticos atuais. Melhorar a eficiência do uso desses combustíveis ou trocá-los por formas alternativas de energia seria a melhor maneira de combatermos as emissões de carbono, mas o alto custo econômico constitui o maior entrave para essas mudanças. No entender de Meinshausen os esforços não devem ser adiados, pois mesmo com uma elevação de 2 graus os riscos são imprevisíveis. "Somente a rápida mudança de combustíveis nos dará chances de evitarmos o pior. Não devemos esquecer que 2 graus de elevação é uma temperatura muito maior que a experimentada desde que o Homem surgiu na Terra", disse o cientista. De acordo com Bill Hare, co-autor do trabalho, para atingir a meta os esforços têm que ser realmente revolucionários. Segundo Hare, para manter a temperatura abaixo de 2 graus não se pode queimar mais de um quarto das reservas de combustíveis fósseis até 2050. Depois disso apenas uma fração poderá ser consumida.
A maioria dos estudos atuais mostra que se os esforços para conter as emissões não forem ampliados, até o final do século a concentração de dióxido de carbono atmosfera atingirá 760 ppm (partes por milhão), o dobro da atual. Algumas estimativas mostram que na metade do século a concentração será de 500 ppm. Apenas para comparação, antes da revolução industrial, entre os séculos 18 e 19, os níveis eram de aproximadamente 280 ppm. Atualmente o valor já atinge 380 ppm.
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