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Terça-feira, 2 jun 2009 - 09h27

Mancha solar surge, cresce e anima os pesquisadores

O período de calmaria do Sol, que já dura um bom tempo, pode estar com os seus dias contados. Recentemente, uma nova mancha solar surgiu no limbo do disco estelar e desde então vem crescendo rapidamente, sinal de que a atividade do ciclo solar 24 pode finalmente estar começando.

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A nova mancha, batizada de SSN 1019, surgiu na face solar no dia 31 de maio e foi primeiramente detectada pelo telescópio espacial Soho, que observa nossa estrela 24 horas por dia e envia constantemente os dados da atividade solar aos cientistas. Uma análise superficial mostra que a mancha é formada por dois núcleos e cada um deles tem aproximadamente o tamanho da Terra. Dados enviados pelos satélite Soho indicam que o desenvolvimento de SSN 1019 é acompanhado de fracas explosões solares de Classe-A.

Comparado aos anos de maior atividade solar, entre 2000 e 2002, a atividade eletromagnética apresentada é bem baixa. No entanto, se considerarmos que estamos atravessando um período bastante longo de mínimo solar, o surgimento da mancha merece atenção. A polaridade magnética e a alta latitude de SSN 1019 mostram que a mancha faz parte do novo Ciclo Solar 24, que deverá crescer lentamente até atingir o pico da atividade, previsto para o ano de 2013.


Observando as manchas
O melhor e mais seguro método para ver as manchas solares com segurança é conhecido como método da projeção e já era utilizado por Galileu Galilei nos primeiros estudos do fenômeno, na metade do século 17. O método consiste em apontar o telescópio para o Sol e projetar a imagem da ocular (peça onde colocamos nossos olhos) em uma parede branca e lisa ou em uma caixa de papelão. A vantagem desse método é que diversas pessoas poderão acompanhar simultaneamente, mas não permite grandes aumentos.

Outra opção é utilizar um filtro chamado Oaks ou Baader à frente da objetiva do telescópio e observar o fenômeno diretamente. Esses filtros não são os mais indicados para observação solar, mas permitem um acompanhamento bastante seguro. Entretanto, se você quiser levar realmente a sério a observação solar, sugerimos a utilização de um filtro chamado H-Alpha, sintonizado na frequência do hidrogênio molecular. Com ele você poderá observar o Sol em toda sua plenitude e até mesmo fazer fotos como a mostrada abaixo.

A observação de manchas solares é uma tarefa relativamente simples, mas exige uma pequena luneta e requer proteção total. Olhar diretamente para o Sol causará cegueira imediata e permanente, por isso nem tente!

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Fotos: No topo, mancha solar 1019 registrada entre os dias 1 e 2 de junho de 2009 pelo observatório solar e heliosférico Soho. A cena mostra a estrela no comprimento de onda de 304 nanômetros, na região do ultravioleta. Neste comprimento de onda o material mais claro situa-se entre 60 mil e 80 mil graus Kelvin. Na sequência, método da projeção solar usado durante o eclipse solar de setembro de 2006 pelo astrônomo amador Rafael Elias, de Goiânia, GO. Acima, foto da mancha solar SSN 1019 através de um filtro H-Alpha, feita pelos astrônomos amadores John Maciaszek e John Stetson, dos EUA. Crédito: Soho/Nasa/Esa/Rafael Elias/Spaceweather/John Maciaszek/John Stetson/Apolo11.com.

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