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Sexta-feira, 31 jul 2009 - 09h37

Refletores deixados pelos astronautas podem danificar sonda lunar

Há alguns dias, imagens de alta resolução captadas pela sonda lunar LRO mostraram diversas feições da superfície da Lua, incluindo os objetos deixados pelos astronautas das missões Apollo. A revelação no entanto causou uma certa apreensão entre os cientistas, que acreditam que os sensores da sonda poderão ser danificados ao passar sobre o local das missões.


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O problema está relacionado aos pulsos de radar que serão disparados pelo instrumento LOLA contra a superfície lunar e que inevitavelmente serão refletidos de volta pelos retrorefletores laseres instalados na Lua. Segundo os pesquisadores do Centro Espacial Goddard, da Nasa, o reflexo será tão intenso que poderá inutilizar os sensores da sonda.

Lola (Lunar Orbiting Laser Altimeter) é um altímetro-laser que gera pulsos de luz de alta intensidade. Ao atingirem a Lua os pulsos são refletidos de volta e coletados pelos sensores do instrumento com o objetivo de produzir um mapa topográfico de alta resolução da superfície da Lua.

Durante as missões Apollo, três refletores laseres - chamados LRRR (Laser Ranging Retroreflector) foram instalados na superfície lunar e até hoje são usados para medir a distância entre a Lua e Terra. O experimento consiste em uma série de pequenos refletores formado por espelhos capazes de devolver um feixe de laser para a mesma direção de onde foi emitido, e que é normalmente disparado por observatórios na Terra.


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Segundo David Smith, principal investigador do instrumento Lola, o problema é tão sério que o instrumento será desligado quando a sonda orbitar sobre o local dos retrorefletores. Além disso, a Nasa também está preocupada com os refletores colocados na Lua pelas missões Lunokhod. Enquanto o local da missão Lunokhod-2 é perfeitamente conhecido, o local dos retrorefletores da Lunokhod-2 é totalmente incerto, já que nunca foram atingidos por laseres disparados da Terra e nem ao menos se sabe se os refletores estão abertos.

De acordo com Smith, o desligamento do laser durante a passagem pelos refletores é fundamental para proteger os sensores da LRO. Segundo ele, caso os pulsos atinjam os espelhos o reflexo será 1000 vezes mais intenso que o limite do instrumento, o que fatalmente destruirá o sensor.


LRO
O principal objetivo da sonda LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter ou Orbitador de Reconhecimento Lunar) será fazer o sensoriamento remoto da Lua e produzir mapas topográficos tridimensionais da superfície em 100 regiões diferentes, além da medição de níveis de radiação e temperatura. Para isso a sonda orbitará o satélite por aproximadamente 1 ano a uma altura de apenas 50 quilômetros da superfície, a menor altitude que uma sonda automática já esteve do solo lunar. Dotada de uma câmera de altíssima resolução, a sonda será capaz de registrar objetos de apenas um metro de diâmetro


Impacto Lunar
A função da sonda LCROSS (Lunar CRater Observation and Sensing Satellite ou Satélite de Sensoriamento e Observação de Crateras Lunares) será exclusivamente de detectar a presença de água em uma das crateras polares, que há bilhões de anos não recebe a luz solar e pode armazenar água congelada em seu interior.

Para que a sonda realize a missão os cientistas da Nasa contarão com a ajuda do estágio superior do Atlas 5, o Centauro. Depois de separado da LCROSS o módulo se chocará a 9 mil km/h contra uma das crateras, produzindo energia cinética equivalente a 1 tonelada de TNT e erguendo uma coluna de fragmentos a 6 km de altura. A nuvem será analisada pela sonda LCROSS que entrará na nuvem e também se chocará contra a Lua.

O objetivo é fazer com que as partículas de fragmentos que estão há bilhões de anos na escuridão sejam iluminadas pelo Sol. Se houver gelo, o choque irá pulverizá-lo e suas moléculas serão quebradas em hidrogênio (H) e hidróxido (HO) pela ação dos raios ultravioletas, permitindo que o espectrômetro da LCROSS detecte a assinatura típica das moléculas de hidrogênio e hidróxido no comprimento de onda de 308 nanômetros.


Observação
A explosão em si não poderá ser observada já que será escondida pelas paredes da cratera, mas os astrônomos e observadores na Terra poderão ver a pluma de material ejetado. Após o impacto um cone de partículas se expandirá e se propagará por aproximadamente 40 km em todas as direções. Reluzindo devido à luz solar, o material atingirá um brilho estimado entre 6 e 8 magnitudes, invisível aos olhos humanos, mas facilmente observável através de telescópios.

Leia mais sobre a sonda LRO/LCROSS



No topo, retrorefletor laser instalado pelos astronautas da Apollo11. Na sequência, altímetro-laser LOLA que será usado para criar um mapa topográfico da Lua. Acima, esquema mostra as consequências do impacto do segundo estágio do Atlas 5 na superfície da Lua, previsto para outubro de 2009. Créditos: Nasa/GSFC/Apolo11.com.

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