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Segunda-feira, 31 ago 2009 - 09h03

Novas imagens revelam intrigante fábrica de estrelas gigantes

Não é possível saber a quantidade de objetos cósmicos que existem no Universo. São planetas, nebulosas, aglomerados e estrelas que enchem a paisagem do céu noturno, cada qual com sua beleza ímpar. Alguns objetos, no entanto, se destacam dos demais pela beleza e mistérios envolventes, que encantam os apaixonados e intrigam os pesquisadores.


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Recentemente, astrônomos do Observatório de La Silla, no norte do Chile, divulgaram uma nova imagem de um desses intrigantes e maravilhosos objetos celestes. Trata-se da Nebulosa de Trifídia, considerada por muitos como a nebulosa preferida dos cientistas.

Trifídia foi observada pela primeira vez em junho de 1764 pelo astrônomo francês Charles Messier, que registrou a nebulosa com o número 20 em seu renomado catálogo de objetos, mas seu nome só foi cunhado sessenta anos depois, quando observações feitas por John Herschel mostraram que a nebulosa era constituída de três lóbulos gigantes. Seu nome vem do latim "trifidus", que significa "dividido em três".

Localizada a 5.200 Anos-luz na constelação de Sagitário, Trifídia é uma verdadeira fábrica de estrelas massivas que nascem em seu interior. Além disso, é composta de uma rara combinação formada por nebulosas de emissão, nebulosas reflexão e nebulosas escuras. Segundo as últimas medições, Trifídia tem 25 Anos-luz de diâmetro, equivalente a quase 15 mil vezes o diâmetro do sistema solar.

A cena mostrada foi capturada com o imageador de campo largo anexada ao telescópio MPG/ESO de 2.2 metros do observatório e mostra claramente as proeminências em diferentes regiões da nebulosa, vistas no comprimento da luz visível.

Na região azulada do canto superior esquerdo - a nebulosa de reflexão - a poeira de gás espalha a luz das estrelas recém-nascidas nas vizinhanças, onde uma grande estrela brilha intensamente em azul, a região mais quente vista no espectro visível. Ali, as moléculas dos gases espalham mais eficientemente a luz azul do que a vermelha, dando à essa região a típica coloração azulada.

Logo abaixo, a área em rosa-avermelhada é típica de uma nebulosa de emissão, onde o gás aquecido no núcleo da nebulosa é aquecido por centenas de estrelas jovens a milhares de graus Celsius, quando então o hidrogênio - o principal componente das estrelas - passa a emitir luz nesta região do espectro.

O terceiro tipo de nebulosa que compõe a Nebulosa Trifídia - a nebulosa escura - é formado por gases e poeira cósmica que se estabeleceram na região, obscurecendo os efeitos da luz. Ali, o material que restou do nascimento de estrelas continuará a se aglutinar devido à atração gravitacional, aumentando gradativamente a pressão, densidade e temperatura até que gigantesca bolha de gás desencadeará a fusão nuclear, formando novas estrelas.



Foto: Nebulosa Trifídia, registrada pelo telescópio MPG/ESO de 2.2 metros do observatório de La Silla, no Chile. Trifídia tem 25 Anos-luz de diâmetro, equivalente a quase 15 mil vezes o diâmetro do sistema solar. Crédito: ESO/Observatório Europeu do Sul.

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