Terça-feira, 3 nov 2009 - 09h35
Amostras de poeira coletadas durante um voo na alta atmosfera revelaram aos cientistas um inesperado tesouro. Além das partículas já esperadas os pesquisadores também detectaram minúsculos grãos que se formaram no interior de estrelas que nasceram e morreram bem antes do nosso Sol.
Clique para ampliar De acordo com os pesquisadores da Instituição Carnegie, esse antigo material interplanetário penetrou a atmosfera no ano de 2003, quando a Terra passou pela esteira de poeira do cometa Grigg-Skjellerup. Na ocasião, um avião da Nasa sondou e coletou o material cometário, permitindo aos cientistas estudarem as partículas em laboratório. Ao contrário da superfície da Terra, a maior parte das partículas presentes na alta atmosfera é proveniente do espaço e centenas de toneladas desse material - chamado IDP (interplanetary dust particles) atinge as altas camadas da Terra todos os anos. "Sabemos que muitas IDPs chegam através dos cometas, mas nunca tínhamos vistas tantas partículas associadas a um único cometa em particular", disse o coautor do estudo Larry Nittler, ligado ao Departamento de Magnetismo Terrestre da instituição. "As únicas amostras que tínhamos em laboratório eram aquelas trazidas do cometa 81P/Wild 2, capturadas pela missão Stardust em 2006".
"As IDPs coletadas pela Nasa em 2003 e usadas nesse estudo são bastante diferentes", disse Nittler. "Elas são mais primitivas, com grande quantidade de material que se originou antes da formação do Sistema Solar". De acordo com Nittler, as duas amostras permitirão fazer comparações em micro escala e então conhecer os diferentes processos que ocorreram no Sistema Solar há 4.5 bilhões de anos atrás.
"Esses grãos são extremamente raros, com poucas partes por milhão nas amostras de meteoritos e poucas centenas de partes por milhão nas amostras de IDPs. "Na poeira associada ao cometa Grigg-Skjellerup a concentração de material raro é 10 vezes maior do que nas amostras que tínhamos até então", explicou o pesquisador. Essas amostras são muito mais primitivas e muito menos alteradas do que as pertencentes ao cometa Wild 2, o que indica que há uma grande diversidade no grau de processamento dos materiais em cometas diferentes. O cometa Grigg-Skjellerup foi descoberto em 1902 pelo astrônomo neozelandês John Grigg e redescoberto vinte anos depois pelo australiano John Francis Skjellerup, que o observou na África do Sul. O objeto orbita o Sol a cada 5.3 anos e sua próxima aproximação do Sol será em 6 de julho de 2013.
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