Segunda-feira, 7 dez 2009 - 08h56
Ao mesmo tempo em que o norte do Brasil apresenta queda significativa no volume de chuva nos últimos quatro meses, a Região Sul do país sofre com os intensos alagamentos verificados nos últimos dias e já registra 144 municípios em estado de emergência devido aos temporais.
Clique para ampliar O efeito da intensa precipitação pode ser verificado ao se comparar as imagens captadas pelo satélite de sensoriamento remoto Terra, feitas no dia 28 de outubro e 1 de dezembro. Ambas as imagens usam uma combinação de dados infravermelhos e de espectro visível, aumentando o contraste entre a água e as demais superfícies. A vegetação aparece em tons de verde bastante intensos, enquanto as superfícies alagadas aparecem em azul. Cidades e áreas descobertas são vistas na cor salmão e as nuvens em pálidos tons verde-azulados. A cena adquirida em 1 de dezembro mostra que as áreas inundadas criaram uma linha contígua de água entre a Lagoa dos Patos e Lagoa Mirim, ao contrário da paisagem registrada um mês antes quando a vegetação dominava o caminho entre as duas regiões. O volume de água também submergiu diversas áreas de terras ao leste da Lagoa Mirim e colaborou para o transbordamento de diversos afluentes que abastecem a lagoa. Além do alto nível das águas, outra diferença bastante perceptível entre as duas imagens é a redução de solo aparente. Essa transformação pode estar relacionada aos alagamentos e também pode ser resultado de processos sazonais típicos da estação. Na imagem em alta resolução feita em dezembro, a cidade de Porto Alegre aparece encoberta por grande quantidade de nuvens
Na fronteira com a Argentina, os fortes ventos que acompanharam as chuvas chegaram a mais de 100 km/h e derrubaram postes de iluminação e árvores. Sem energia elétrica, os produtores de Uruguaiana jogaram fora 250 mil litros de leite enquanto pequenas propriedades tiveram estufas e granjas destruídas. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do país. Em Bagé, no sul do Estado, algumas lavouras ficaram submersas por mais de 20 dias. A secretaria de agricultura estima que mais de 1 milhão de toneladas do grão se perderam, o que equivale a 1 mês inteiro de consumo no Brasil. O plantio de soja também está atrasado, devido à impossibilidade das máquinas entrarem nas lavouras.
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