Segunda-feira, 23 nov 2015 - 09h12
Apesar de simples, usar corretamente uma bússola exige uma série de conhecimentos básicos, que vão desde conhecer os pontos cardeais até a declinação magnética do local em que o observador está. O problema é que o polo magnético da Terra não é um local fixo e à medida que o tempo passa sua localização muda, fazendo com que os mapas tenham que ser atualizados constantemente para refletir essa alteração.
Não confunda: Na ilustração acima, a extremidade vermelha é o lado "norte" da agulha e aponta corretamente para o polo geomagnético Sul. Na prática, no entanto, as coisas são invertidas e a extremidade sul da agulha é que é pintada de vermelho, indicando a posição do norte geomagnético. O motivo dessa atualização é que as cartas usam um sistema de meridianos que cruzam os polos geográficos, mas os polos magnéticos não estão no centro desses polos. Atualmente, o polo magnético norte se encontra próximo à ilha canadense de Ellesmere e o polo sul na ilha de Vitória na Antártida. Como as bússolas indicam o norte magnético, faz-se necessária a correção para que se saiba onde fica o norte geográfico. O polo norte magnético foi descoberto em 1831, mas em 1904 os cientistas constataram que sua posição havia se deslocado para nordeste e que continuava a se movimentar constantemente cerca de 15 km por ano nessa direção. Em 1989 os pesquisadores perceberam que a velocidade de deslocamento havia acelerado e em 2007 foi confirmado que a velocidade havia passado de 55 km/ano e que rumava muito rapidamente em direção à Sibéria, na Rússia. Segundo o cientista Arnaud Chulliat, ligado ao Instituto de Física do Globo, de Paris, os modelos sugerem que existe uma região de magnetismo em rápida transformação na superfície do núcleo terrestre, possivelmente criada por um misterioso manto de magnetismo proveniente do interior do núcleo. No entender do pesquisador, essa região pode estar deslocando o polo magnético de sua antiga posição no norte do Canadá e levando até a Sibéria.
Apesar da pesquisa de Chulliat sustentar essa ideia, o pesquisador não afirma que o polo norte poderá um dia se deslocar para a Rússia. Além disso, ninguém sabe quando e onde novas mudanças no núcleo poderão se manifestar, fazendo o norte magnético se mover rumo a uma nova direção. "É muito difícil prever", disse Chulliat, que apresentou seu trabalho em um encontro da União Geofísica Americana. Conheça a declinação magnética da sua cidade
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