Segunda-feira, 25 jan 2010 - 09h32
Atualmente, alertas de tsunamis são emitidos sempre que um violento terremoto acontece abaixo do leito submarino, mas a formação das ondas gigantes só pode ser confirmada quando de fato atingem a costa, tornando o trabalho de rastreamento um verdadeiro desafio. Agora, uma nova descoberta pode ajudar as autoridades a acompanhar melhor a posição das ondas, incrementando ainda mais os sistemas de alertas.
Clique para ampliar Estudando dados de diversas companhias de telecomunicações, o cientista Manoj Nair, ligado à Universidade do Colorado, descobriu que as ondas gigantes produzem sinais elétricos que se movem através do campo geomagnético terrestre e são induzidos nos cabos submarinos. Através de modelos matemáticos, Nair e seus colegas puderam estimar o tamanho do campo elétrico gerado pelo tsunami criado em 2004 na Indonésia e estimaram que a força da águas induziu tensões de aproximadamente 500 milivolts (meio volt) no interior dos cabos. "Naturalmente, essa tensão é muito pequena se comparada a uma bateria de 9 volts, mas é grande o suficiente para ser distinguida do ruído de fundo em um dia magneticamente calmo", disse Nair. Segundo o pesquisador, a monitoração das voltagens induzidas nos cabos permitirão melhorar o atual sistema de alertas, mas ressalva que ainda serão necessárias muitas pesquisas para isolar os sinais gerados pelas ondas daqueles oriundos de outras fontes naturais. De acordo com Nair, ruídos provenientes da alta atmosfera e da ionosfera podem atingir até 100 milivolts (um décimo de volt) e causar confusão com a tensão criada por tsunamis menores. Normalmente, os tsunamis são criados por terremotos, deslizamentos, erupções vulcânicas ou queda de meteoritos que atingem o oceano. Apesar do grande volume de água deslocada, que se propaga a mais de 800 km por hora, são muito difíceis de serem detectados e podem passar despercebidos por barcos e bóias oceânicas, já que a anomalia na altura das águas é muito pequena em alto mar. Para a detecção e acompanhamento dos tsunamis os pesquisadores utilizam a rede global de sismógrafos, que detecta os terremotos e um conjunto de bóias, sensores de profundidade e medidores de níveis, mas são considerados de utilidade limitada no acompanhamento das ondas. Coma descoberta de Nair, as voltagens induzidas nos cabos pode se tornar mais uma ferramenta no acompanhamento. Desde 2004, após o tsunami o oceano Índico, o sistema de alertas foi expandido e incluiu mais 47 sensores de alta profundidade principalmente no oceano Pacífico.
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