Quarta-feira, 3 fev 2010 - 08h41
No dia 6 de janeiro de 2010, uma equipe de pesquisadores do programa LINEAR, nos EUA, descobriu um estranho objeto na órbita solar. Sua aparência era tão intrigante que até mesmo imagens do telescópio Hubble foram solicitadas. O resultado foi a revelação de um objeto muito diferente de qualquer outro já observado.
Clique para ampliar Batizado de P/2010 A2 pelos cientistas do Linear, um programa do MIT que pesquisa objetos próximos à Terra, o objeto aparentava ter uma longa cauda, o que levou os pesquisadores a imaginar que poderia ser um tipo raro de cometa que orbita a região do Cinturão de Asteroides, entre Marte e Júpiter. No entanto, as imagens do telescópio Hubble mostraram que a suposta cauda não continha qualquer tipo de gás e seu núcleo de 140 metros estava deslocado do centro da cauda, revelando uma estrutura bastante incomum para esse tipo de objeto. Como a órbita de P/2010 A2 o encaixa na região do Cinturão de Asteroides, uma hipótese preliminar aponta para um fato ainda mais interessante: o objeto seria o remanescente de uma recente e violenta colisão entre dois pequenos asteroides. Se confirmada, a possível colisão ocorreu a 15 mil quilômetros por hora e liberou energia superior a de uma bomba nuclear. De acordo com David Jewitt, ligado à Universidade da Califórnia, a pressão do vento solar espalhou os detritos na forma de uma longa cauda. "Isto é completamente diferente do suave envelope de pó dos cometas. No caso de P/2010 A2, os filamentos são feitos de poeira e cascalho, provavelmente extirpados de seu núcleo. Com a pressão da luz solar alguns fragmentos foram empurrados para trás, criando a esteira de poeira em linha reta, visível nas imagens. A aparência filamentária de P/2010 A2 também é muito diferente das imagens de cometas captadas pelo telescópio Hubble, o que reforça a teoria do impacto. Além disso, a teoria é consistente com a ausência de gás nas raias espectrográficas registradas pelos telescópios em terra.
Um estudo mais aprofundado de P/2010 A2 poderá indicar a natureza dos corpos envolvidos e ajudar aos cientistas a conhecer melhor os anos de juventude do Sistema Solar, quando colisões similares eram comuns.
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