Sábado, 12 mar 2011 - 17h50
Já passa de 150 o número de réplicas que atingem o nordeste do Japão, depois que um intenso abalo de 8.9 graus atingiu a região costeira do país na tarde de sexta-feira. A intensidade foi tão alta que, passado quase dois dias após o terremoto, sismógrafos de todo o mundo ainda detectam a reverberação do tremor.
Clique para ampliar De acordo com dados recebidos da Rede Sismográfica Global (Iris-GSN), o megaterremoto foi registrado ao leste da costa de Honshu, as 02h46 pelo horário brasileiro (11/03/2011) e ocorreu a 19 quilômetros de profundidade, abaixo das coordenadas 38.00N e 142.90E, a cerca de 130 km da cidade costeira de Sendai, 178 km de Fukushima, onde se localiza a usina nuclear sob suspeita de vazamento e 373 km da capital Tóquio. Com força semelhante à 16 mil bombas atômicas ou a explosão de 335 milhões de toneladas de TNT, o tremor deslocou o leito submarino abaixo da Fossa do Japão, dando início à uma gigantesca onda que invadiu diversas localidades costeiras, com as consequências largamente mostradas na TV. De acordo com modelos divulgados pelo USGS, Instituto de Pesquisas Geológicas do EUA, o abalo ocorreu ao longo de uma área de 400 km de comprimento por 160 km de largura. Segundo o USGS, o abalo também movimentou todo o arquipélago em cerca de 2.5 metros, o que foi confirmado pela telemetria do GPS de uma das estações de monitoramento instaladas no Japão. Segundo cientistas italianos ligados ao Instituto de Geofísica e Vulcanologia, o abalo teria deslocado o eixo da Terra entre 10 e 25 centímetros, mas não revelaram como chegaram a esta conclusão.
Na latitude próxima ao terremoto, a placa do pacífico se move à razão de 83 milímetros ao ano em relação à placa norte-americana. Ali, a placa do pacífico mergulha abaixo do arquipélago japonês, em uma região conhecida como Fossa do Japão. Esse mesmo movimento faz a placa deslizar abaixo da placa da Eurásia. Esse processo recebe o nome de subducção e é o responsável pela maior parte dos terremotos no planeta. Segundo o USGS, o desmoronamento da placa do pacífico foi de aproximadamente 18 metros. No caso do terremoto de 11 de março, tanto a localização, profundidade e mecanismo focal são consistentes com os terremotos produzidos em falhas de movimentos de compressão, associados à subducção nas bordas entre as placas. É importante destacar que alguns pesquisadores dividem essa área em diversas microplacas, que juntas definem os diversos movimentos relativos entre as placas do Pacífico, Norte-americana e da Eurásia. Antes do big evento de 8.9 graus, uma série de pré-abalos atingiram a região durante dois dias. A sequência teve início no dia 9 de março, a 40 km de distância do tremor maior e foi calculado em 7.2 graus de magnitude. O evento gerou três réplicas de forte intensidade no mesmo dia, todas acima de 6.0. Desde 1973, a zona de subducção abaixo da Fossa do Japão foi responsável por 9 eventos de magnitude superior a 7.0. O maior tremor ocorreu em dezembro de 1994, a 265 km ao norte do evento de 11 de março e atingiu 7.8 pontos. Na ocasião, três pessoas perderam a vida. Em junho de 1978, um tremor de 7.7 magnitudes foi registrado a 35 km de distância ao norte do sismo de 11 de março. 22 pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas.
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