Quarta-feira, 29 jun 2011 - 10h58
Pela segunda vez em dois anos, os astronautas a bordo da Estação Espacial tiveram que abandonar a segurança da nave e se refugiarem no interior de uma das cápsulas de emergência. O motivo foi a possibilidade de choque da ISS com uma peça de lixo espacial, que poderia avariar seriamente o complexo espacial.
De acordo com a Agência Espacial Europeia, ESA, não se pode afirmar com segurança qual o tipo de peça, mas devido à altitude era provavelmente parte de um foguete propulsor ou fragmentos da colisão entre os satélites Iridium e Cosmos ocorrida em 2009. Segundo a Nasa, agência espacial americana, o fato da peça ter sido detectada por radar indica que tenha mais de 10 centímetros de comprimento. Ainda de acordo com a instituição, a distância entre o fragmento e o complexo orbital foi estimada em 335 metros, mas não deu maiores informações sobre a velocidade relativa entre eles. Os astronautas permaneceram no módulo salva-vidas por cerca de duas horas, quando então foram informados que não haveria riscos de colisão.
A Nasa estima que existem pelo menos 20 mil peças maiores que 10 centímetros de largura orbitando a Terra e pelo menos 500 mil fragmentos maiores que uma bola de gude. Dependendo da velocidade relativa entre os objetos e a ISS, o choque pode romper a blindagem da nave e provocar sérios danos à nave ou à tripulação. Desde 1999 a ISS já fez doze manobras para evitar colisões com restos de lixo espacial, incluindo uma em abril de 2011, quando o laboratório precisou desviar de um fragmento gerado pela colisão entre os satélites Iridium, dos EUA e Cosmos, da Rússia. Apesar dos grandes pedaços de lixo espacial serem altamente nocivos à ISS, os pequenos objetos também causam grandes preocupações. Pedaços de poucos milímetros podem ser mortais se perfurarem trajes espaciais ou romperem suprimentos de oxigênio durante atividades extraveiculares, EVA. Estima-se que a colisão entre satélites em 2009 gerou pelo menos 2 mil peças de lixo espacial, que continuam a circular a Terra em órbitas cada vez mais baixas, muitos deles ainda na mesma altitude da ISS. Em 2007, a explosão proposital de um satélite chinês adicionou ao espaço mais 3 mil fragmentos.
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