Terça-feira, 2 ago 2011 - 09h43
De acordo com três estudos independentes realizados nos EUA, a pouca quantidade de manchas solares observadas atualmente e a baixa atividade da estrela próxima a sua região polar é um sinal de que o Sol pode estar entrando em uma fase de hibernação pouco conhecida.
"Isso é bastante incomum e inesperado, mas o fato de três observações totalmente diferentes do Sol mostrarem o mesmo resultado pode ser um indicativo bastante confiável de que o ciclo das manchas solares pode estar entrando em estado de suspensão", disse Frank Hill, cientista do Observatório Solar Nacional, dos EUA. De acordo co o pesquisador, esta suposta hibernação não irá começar no atual Ciclo Solar 24. Em artigo publicado no periódico Nature, Hill e seus colegas estimam que esse período de suspensão deverá iniciar somente a partir de 2019, já no Ciclo Solar 25. No estudo, os pesquisadores alertam que a diminuição ou até mesmo um longo recesso da atividade das manchas não significa que teremos um novo "Mínimo de Maunder", um período de 70 anos sem ocorrência de manchas solares entre de 1645 a 1715 e normalmente associado à pequena Era do Gelo que se abateu sobre a Europa e em outras regiões do Hemisfério Norte. No entender de Hill, a conexão entre a Pequena Era do Gelo e o Mínimo de Maunder não é tão forte quanto as pessoas gostariam de acreditar, "Na verdade, a Pequena Era do Gelo durou centenas de anos, enquanto o Mínimo de Maunder foi apenas um pequeno segmento dentro desse período", explicou o pesquisador. Por razões ainda não compreendidas, o ciclo se normalizou no século 18, voltando ao período de 11 anos. Como os cientistas ainda não compreendem o que disparou o Mínimo de Maunder e como pode ter influenciado o clima na Terra, a busca por sinais de que possa ocorrer de novo é um trabalho constante nas pesquisas. Segundo algumas opiniões isoladas, a diminuição da atividade das manchas solares poderia ter um efeito benéfico na Terra, cancelando o aquecimento global causado pelas atividades humanas que induzem às mudanças climáticas. No entanto, Hill pede calma nessas suposições. "Em minha opinião, isto seria um grande salto para um resfriamento global abrupto, mas a conexão entre a atividade solar e o clima na terra ainda é pouco entendida e qualquer afirmação nesse sentido pode ser bastante leviana", finalizou.
As manchas observadas são gigantescas ilhas magnéticas do tamanho da Terra e são as fontes dos flares solares, ejeções de massa coronal e intensa emissão de radiação ultravioleta. Desde que as observações começaram a ser feitas já foram contados 24 ciclos solares até 2011.
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