Sexta-feira, 11 nov 2011 - 07h57
A agência espacial russa está solicitando a astrônomos e observadores independentes informações óticas capazes de determinar as reais condições da sonda russa Phobos-Grunt. O objetivo é saber com exatidão se a sonda está na posição correta ou se houve alguma mudança após a tentativa mal sucedida de ignição dos foguetes, na última terça-feira.
Ao que tudo indica, os centro de controle da missão perdeu parte do controle sobre a sonda, que está impedindo a recepção dos dados telemétricos que informam a real posição da Phobos dentro da órbita. Sem conhecer esse parâmetro, chamado no jargão espacial de "atitude", fica quase impossível enviar dados ou um novo software de controle. De acordo com um porta-voz da agência espacial russa, Roskosmos, os engenheiros acreditam que a nave esteja em "modo de segurança", aguardando comandos de terra. No entanto, ao pedir relatos de observadores visuais a agência dá a entender que não sabe exatamente qual a posição da sonda e que a telemetria não está enviando dados que possam determinar como a sonda está posicionada dentro da órbita. Apesar de saber a localização do satélite com bastante precisão, a Phobos pode estar "de costas", "de lado", "de cabeça para baixo", girando, etc. Isso faz com que a posição das antenas também seja desconhecida, dificultando as tentativas de contato ou nova ignição dos foguetes. A sonda está em uma órbita muito baixa, de 340 km x 208 km e completa uma revolução ao redor da Terra a cada 90 minutos. Suas passagens são muito rápidas e as observações requerem câmeras especiais de alta velocidade, capazes de registrar nuances muito pequenas no brilho, que podem identificar o movimento de rotação e também conhecer "como" a sonda se move dentro da órbita, a sua "atitude". Segundo Sergey Barabanov, diretor do Observatório de Astronomia de Zvenigorod, INASAN, câmeras desse tipo são encontradas em observatórios militares como Pamirs ou Nikolayev na Rússia e Irkutsk, na Ucrânia. "Temos muitas hipóteses sobre o que pode ter acontecido, o que envolve métodos diferentes de ressuscitação", disse um dos engenheiros do projeto. "O pior cenário é o da sonda não estar ouvindo os sinais de terra, o que seria lamentável", explicou. Nesta sexta-feira os engenheiros deverão tentar contato com a Phobos através de dois complexos de comunicação usados para pesquisa interplanetária. A sonda passa duas vezes ao dia sobre essas estações e o objetivo será receber sinais telemétricos que informem se os dispositivos estão em condições normais e se os painéis solares estão abertos e mantendo as baterias carregadas.
Para rastrear a sonda Phobos-Grunt pelo SatView, clique aqui Para saber mais sobre a missão Phobos-Grunt, clique aqui
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