Quarta-feira, 14 dez 2011 - 06h43
Utilizando um telescópio virtual de 130 metros de diâmetro, capaz de observar com uma nitidez 50 vezes superior ao Telescópio Espacial Hubble, uma equipe de astrônomos europeus registrou as melhores imagens até agora obtidas do momento que uma estrela é canibalizada por sua companheira.
Clique para Ampliar As imagens foram registradas simultaneamente por quatro telescópios auxiliares de 1.8 metro de diâmetro, instalados no Observatório do Paranal, nos Andes chilenos. A luz captada por cada instrumento foi canalizadas em um dispositivo óptico do tamanho de um cartão de crédito, produzindo um padrão de interferência capaz de gerar imagens com resolução similar a de um gigantesco telescópio de 130 metros de diâmetro. “Agora podemos combinar a radiação captada pelos quatro telescópios VLT (Very large telescope) e criar imagens extremamente nítidas muito mais depressa do que antes,” disse Nicolas Blind, ligado ao Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, na França e principal autor principal do artigo científico que apresenta estes resultados. O trabalho foi baseado na observação do sistema SS Leporis, localizado na constelação da Lebre. Ali, duas estrelas separadas por cerca de 170 milhões de km orbitam uma ao redor da outra a cada 260 dias. A maior das duas, e também a mais fria, ocupa cerca de 42 milhões de km dessa distância e devido à grande proximidade já perdeu quase metade da sua massa para sua companheira, a estrela menor e mais quente. “Já sabíamos que este sistema binário era incomum e que grande parte do material estava sendo transportado entre as estrelas” diz o coautor do estudo Henri Boffin, ligado ao Observatório Austral Europeu, ESO. “O que descobrimos de novo é modo como essa transferência se processa, bem diferente do previsto pelos modelos. A “mordida” da estrela vampira é muito mais suave, mas muito eficaz”. As novas imagens são bastante nítidas e permitem ver que a estrela gigante é menor do que o que os astrônomos imaginavam anteriormente, o que torna a explicação de como a gigante vermelha perdeu massa para a sua companheira, mais difícil. Com base nas novas imagens, os astrofísicos acreditam que, em vez de fluir de uma estrela para a outra, a massa deve estar sendo expelida pela estrela gigante na forma de vento estelar e então capturada pela companheira mais quente. “Estamos muito entusiasmados. Estas observações mostram a capacidade do Interferômetro em produzir imagens muito nítidas e abrem caminho para novos estudos sobre a interação entre as estrelas em sistemas binários", disse o coautor Jean-Philippe Berger.
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