Segunda-feira, 23 jan 2012 - 10h51
Em dezembro de 2011, o cometa C/2011 W3 Lovejoy chamou a atenção dos observadores em todo o mundo após resistir à tórrida passagem pela atmosfera solar. Baseados nas imagens registradas, um novo estudo apresenta a possibilidade de detectar os restos mortais de cometas semelhantes e que foram carregados pelo vento solar.
O estudo é baseado nas diversas imagens de cometas captadas pelos observatórios espaciais e também na análise dos dados coletados sobre a dinâmica e a composição do vento solar. Ao contrário de Lovejoy, que perdeu muita massa ao cruzar o Sol, outros cometas não tiveram a mesma sorte e simplesmente desintegraram. É o caso de C/2011 N3 Soho, completamente destruído em 6 de julho de 2011 após chegar a cerca de 100 mil km da estrela.
"Acreditamos que estes vapores, eventualmente misturados ao vento solar são soprados de volta ao espaço e podem ser detectados quando passarem pela Terra". Segundo o cientista, os cometas são ricos em gelo (H2O congelado) e quando se dissolvem na atmosfera quente do Sol produzem restos gasosos contendo abundante quantidade de oxigênio e hidrogênio. Assim, um fluxo de vento solar contendo oxigênio extra pode ser um sinal revelador de que um cometa se desintegrou. No entender de Pesnell, outros elementos abundantes em cometas também proporcionariam marcadores similares.
De fato, algumas interações observadas entre os cometas e Sol pela sonda SDO foram extraordinárias. Enquanto o cometa C/2011 N3 se movia ao longo da quente coroa solar, correntes de gás frio eram ejetadas de seu núcleo e rapidamente atingiam mais de 500 mil Kelvin, quentes o suficiente para brilhar no comprimento de onda do ultravioleta extremo. "Foi impressionante. O gás evaporado do cometa estava brilhando tão forte quanto o Sol por trás dele," disse Pesnell. Assistir a este tipo de interação entre o sol e o cometa também pode revelar coisas novas sobre a estrutura térmica e magnética da atmosfera estelar. "Antes do satélite SDO ninguém sonhava puder observar um cometa se desintegrando dentro da atmosfera do sol, mas agora isso é uma realidade e com certeza deverá trazer novas informações sobre o funcionamento da nossa estrela", finalizou o pesquisador.
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