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Sexta-feira, 10 abr 2015 - 09h40

Estudo tenta explicar o misterioso som das auroras polares

Quando se fala em auroras boreais logo vem à mente aquele espetáculo de luzes coloridas típicas das latitudes elevadas. Entretanto, alguns sons bastante estranhos associados ao evento também são relatados pelos observadores e só agora começam a ser estudados.

Aurora Boreal
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Sempre que o Sol está um pouco mais ativo e a atividade geomagnética um pouco mais elevada, países localizados próximos ao Círculo Polar Ártico como Islândia, Noruega, Suécia ou Finlândia são quase sempre lembrados. E não é para menos. As auroras boreais fazem parte dos cartões postais desses países e mesmo quem está acostumado não deixa de olhar e a admirar o fenômeno.

As auroras boreais são lindas, um verdadeiro espetáculo de luzes esverdeadas ou avermelhadas e que muitas vezes aplaudem a si mesmas. Como assim?


As auroras produzem sons?
Não é incomum que observadores, turistas ou moradores locais relatarem terem ouvido sons relacionados às auroras, sem entretanto poderem comprovar que isso de fato acontece. Por ocorrerem a mais de 100 km de altitude os cientistas também não acreditam nessa hipótese, mas um grupo de pesquisadores parece estar um pouco mais perto de tentar explicar o fenômeno.

Uma pesquisa realizada pelo cientista Unto Laine, da Universidade de Aalto, na Finlândia, mostra que os sons associados às auroras são provavelmente produzidos pelas mesmas partículas energéticas do sol que causam as auroras, mas em altitude muito mais baixas, bem próximas ao solo.

De acordo com o cientista Unto Laine, da Universidade de Aalto, na Finlândia e coautor do estudo, estas partículas ou a perturbação geomagnética produzida por elas parecem produzir sons a cerca de 70 metros de altura.

Para determinar onde ocorria o fenômeno, Laine e seus colegas compararam os sons captados por três microfones instalados em um local de alta atividade auroral com medições realizadas simultaneamente pelo Instituto Meteorológico da Finlândia e constataram um padrão típico durante alguns episódios de atividade.

Segundo Laine, o som das auroras não ocorre durante todos os eventos e normalmente são muito rápidos e fracos, o que requer boa audição e baixo ruído de fundo para serem ouvidos. Os eventos mais comuns se assemelham a aplausos, estalos ou golpes de chicote.

Apesar da captação dos sons e de sua provável ligação com as auroras, os cientistas ainda não sabem ao certo como eles são criados. Para Laine, a diversidade sonora envolvida mostra que uma série de mecanismos diferentes pode estar envolvida, mas conhecer onde o som é produzido é a fundamental para a solução do mistério.


Como se formam as Auroras
As auroras boreais têm início após uma explosão solar, que arremessa em direção à Terra bilhões de toneladas de gás ionizado, em um evento conhecido como Ejeção de Massa Coronal.

Depois de ejetadas, as partículas levam aproximadamente três dias para cruzar os 150 milhões de quilômetros que separam o Sol do nosso planeta e quando atingem cerca de 60 mil km de altitude são desviadas pela magnetosfera terrestre em direção aos polos.

Na atmosfera superior dessas regiões as partículas carregadas se chocam com os átomos de oxigênio e nitrogênio e produzem radiação nos comprimentos de onda do verde e do vermelho respectivamente. Esse efeito luminoso é chamado aurora.

Quanto maior a atividade solar, mais intensas são as auroras, que recebem o nome de boreais quando ocorrem próximas ao polo norte e austrais quando próximas ao polo sul.

Normalmente, as auroras ocorrem entre 60 km e 150 km de altitude.


Arte: No topo, aurora boreal sobre a Finlândia, registrada em setembro de 2007. Os tons verdes são causados pela excitação dos átomos de nitrogênio presentes na alta atmosfera. No vídeo, sons semelhantes a golpes são captados durante evento auroral, registrados pela equipe do cientista Unto Laine. Créditos: Universidade de Aalto/Unto Laine, Apolo11.com.

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