Terça-feira, 29 jan 2013 - 11h13
Por Rogério Leite
A agência espacial iraniana confirmou que lançou com sucesso um macaco vivo ao espaço, estabelecendo o que chamou de prelúdio para a colocação de seres humanos na órbita da Terra até o ano de 2020. Segundo a agência, o macaco retornou são e salvo para a Terra.
O experimento é o maior avanço do programa espacial iraniano, que tem como objetivo o domínio completo da tecnologia espacial. O país já lançou três satélites domésticos de telecomunicação e sensoriamento remoto e atualmente é o nono país com capacidade de colocação de satélites em órbita baixa e o sexto a enviar animais para o espaço. A agência iraniana não deu maiores informações sobre o voo da cápsula Pishgam, que significa "pioneiro" em Farsi, mas sabe-se que foi um voo suborbital que atingiu 120 km de altitude e teve poucos minutos de duração, mas suficientes para validar a capacidade do país em colocar cargas vivas no espaço. O viajante escolhido foi um macaco da espécie Rhesus (macaca Mullatta), um primata da família Cercopithecidae que habita as florestas temperadas da Índia, China e Afeganistão. Pelas suas características os rhesus são extensivamente estudados e usados em experiências laboratoriais, sendo que o fator sanguíneo Rh foi primeiro demonstrado em macacos dessa espécie. Essa não é a primeira vez que o país faz experimentos em colocar animais em órbita. Em janeiro de 2012 um foguete do tipo Saffir levou ao espaço a cápsula Kavoshgar-3, tendo a bordo minhocas, um rato e duas tartarugas. O ponto significativo foi que os animais também retornaram à Terra em segurança, demonstrando que o país já detém, pelo menos parcialmente, a capacidade de não apenas colocar as cargas vivas no espaço, mas também a de retorna-las em segurança. Apesar de o lançamento de seres vivos ao espaço exigir grandes investimentos em pesquisa, o voo suborbital do país islâmico é um sério problema para as autoridades ocidentais, já que os foguetes desenvolvidos para levar a cápsula ao espaço também poderiam ser utilizados para lançar mísseis balísticos, o que é negado pelo país.
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