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Quarta-feira, 2 abr 2014 - 10h15
Por Rogério Leite

Terremoto no Chile liberou energia de 1500 bombas atômicas

O intenso terremoto de 8.2 magnitudes liberou a mesma energia que 1500 bombas atômicas e foi detectado na cidade de São Paulo apenas 11 minutos depois da ruptura, ocorrida abaixo do leito do oceano Pacífico.

O evento ocorreu na costa do Chile às 20h36 e disparou alertas de tsunamis para todos os países sul-americanos banhados pelo Pacífico, além de avisos de emergência que se propagaram desde a América Central até a costa oeste do México.

Este foi um dos maiores tremores ocorridos no Chile em toda a sua história. Antes desse, o maior evento havia ocorrido em fevereiro de 2010, quando um mega terremoto de 8.8 magnitudes ocorrido em Maule produziu efeitos em todo o país e destruiu grande parte da infraestrutura de diversas cidades.

Em 1960, o país foi alvo de um abalo de 9.5 magnitudes, o maior evento conhecido já registrado no planeta.


Deslizamento entre Placas
Da mesma forma que em 2010 e 1960, o evento dessa segunda-feira foi causado pelo choque entre a placa tectônica de Nazca, a oeste do epicentro e a sul-americana, a leste. Essa movimentação da crosta terrestre também é a responsável pela formação da cordilheira dos Andes, que domina a face ocidental da América do Sul.

De acordo com o Instituto de Pesquisas Geológicas dos EUA, USGS, o hipocentro do tremor foi localizado a 96 km da cidade de Iquique, na costa chilena, abaixo das coordenadas 19.642°S 70.817°W, a 20 km de profundidade. Nesta região, a placa de Nazca escorrega por abaixo da placa sul-americana em sentido leste, à razão de 65 milímetros por ano.

O tremor acontece quando a pressão na zona de interface entre as placas cresce a tal ponto que ocorre a ruptura, liberando toda a energia armazenada. Um tremor de 8.2 magnitudes libera a mesma energia que 1496 bombas atômicas similares à que destruiu a cidade de Hiroshima em 1945. O evento de 2010 liberou energia equivalente à detonação de 12 mil bombas atômicas.


Ondas em São Paulo
A ruptura que provocou o tremor dessa segunda-feira ocorreu às 20h36 pelo Horário de Brasília e provocou uma série de ondas mecânicas que se propagaram pela crosta terrestre e atingiram todo o planeta.

Em São Paulo, o sismógrafo do Apolo11 mostrou que as ondas de compressão do tipo P chegaram ao centro da cidade às 20h47 BRT enquanto as ondas do tipo S, por viajarem mais lentamente atingiram a estação 400 segundos depois, as 20h54 BRT. A distância aproximada do epicentro até a estação é obtida multiplicando-se a diferença em segundos entre os tempos de chegadas das ondas P e S por 8, o que resultou em cerca 3400 quilômetros.


Artes: No topo, vídeo mostra a chegada a São Paulo das ondas do terremoto chileno, 11 minutos após o momento da ruptura. O registro foi feito pelo sismógrafo operado pelo Apolo.com, instalado no bairro de Vila Mariana. Crédito: Apolo11.com.

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