Sexta-feira, 9 jan 2015 - 09h41
Por Rogério Leite
Quando o telescópio espacial Hubble foi lançado, nem de longe se poderia imaginar a enorme quantidade de novos conhecimentos e imagens fascinantes que estavam por vir. Graças ao Hubble, estruturas colossais como os Pilares da Criação finalmente foram desvendados.
Clique para ampliar Lançado em 24 de abril de 1990, como parte da missão STS-31 do ônibus espacial Discovery, o telescópio espacial Hubble, HST, é sem dúvida alguma o mais extraordinário instrumento de observação espacial jamais construído. Entre tantos outros, um dos principais legados do telescópio foi a medição das distâncias das estrelas cefeidas com precisão inédita, o que permitiu aos pesquisadores calcular com extrema acurácia a taxa de expansão do Universo. Em 1994, o telescópio presenteou os astrônomos com imagens absolutamente nítidas da colisão do cometa Shoemaker-Levy 9 com o planeta Júpiter, consideradas cruciais para o estudo da dinâmica de impacto de um cometa contra um planeta gasoso. Outro legado, e talvez o mais conhecido de todos, são as imagens produzidas pelas câmeras de espaço profundo e ultraprofundo, de sensibilidade inigualável em comprimentos de onda visíveis, criando imagens jamais obtidas nestes comprimentos de onda. As cenas são deslumbrantes e revelam feições inéditas de galáxias a bilhões de anos-luz, que servem como subsidio a uma grande quantidade de trabalhos científicos. Uma das imagens mais emblemáticas produzidas pelo HST é sem dúvida os "Pilares da criação", um aglomerado de poeira e gás com tamanho de muitos anos-luz situado na nebulosa de Águia a 7 mil anos-luz da Terra. A primeira vez que o Hubble registrou a região foi em abril de 1995 e revelou aos cientistas uma estrutura gigantesca formada de poeira e moléculas frias de hidrogênio, que tem sido, além de vitais para o nascimento de novas estrelas, erodido por foto-evaporação devido à forte exposição à luz ultravioleta gerada pelas estrelas próximas. Agora, próximo de completar 25 anos em atividade, o Centro de Controle do Telescópio Hubble resolveu fazer uma homenagem e simbolicamente apontou novamente o instrumento para aquela região do espaço. O resultado foi uma espécie de Deja Vu espacial, um retorno às origens, produzindo uma nova cena deslumbrante e com riqueza de detalhes surpreendentes. Ao retratar novamente esse aglomerado de poeira, os cientistas olham de novo para o passado e buscam entender melhor as origens dos diversos Pilares que deram origem e forma ao nosso Universo. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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