Sexta-feira, 23 jan 2015 - 10h17
Por Rogério Leite
Brilhando muito e ainda visível à vista desarmada, o cometa C/2014 Q2 Lovejoy continua dando show no céu noturno. Visto em imagens de longa exposição Lovejoy é um gigante, com uma magnífica cauda ionizada moldada pela ação direta do Sol.
Clique para ampliar Nos últimos dois meses, o cometa Lovejoy deu as cartas e se tornou o objeto mais observado do céu noturno. Desde que foi descoberto, Lovejoy foi aumentando de brilho gradualmente até chegar à magnitude 3.8 no dia 15 de janeiro, facilmente esteve facilmente observável a olho nu em locais de baixa poluição luminosa. Quando visto através de binóculo ou pequena luneta, C/2014 Q2 Lovejoy se assemelhava a uma bolinha verde, uma espécie de chumaço de algodão colorido que durante vários dias cruzou as cercanias da constelação de Orion. No entanto, quando registrado por fotografias de longa exposição feitas através de telescópios mais potentes, Lovejoy se transforma e revela uma estrutura bastante complexa, formada por uma grande cabeleira e uma longa cauda ionizada multicolorida. Uma cauda de íons é formada pelos gases que escapam da superfície de um cometa, que são energizados pela luz ultravioleta do Sol e soprados por milhares de quilômetros pela ação do vento solar. Nenhum dos dois componentes apresenta uniformidade. O escape dos gases do cometa pode ser bastante caótico enquanto o vento solar é esculpido por variações na intensidade do campo magnético da estrela. Essa combinação de fatores é a responsável direta pelo shape da cauda de um cometa, que podem formar trilhas ionizadas extremamente complexas e maravilhosas. A foto acima é um exemplo disso. A cena foi obtida a partir de imagens de longa exposição coletadas durantes nove dias pelo observatório IRIDA, na Bulgária e mostra a magnífica estrutura de gases ionizados deixada pela passagem do cometa Lovejoy pelo céu do hemisfério norte. A foto revela uma cauda repleta de tons coloridos, formados pela composição química dos gases e partículas. A cor azulada é devido à recombinação das moléculas de monóxido de carbono enquanto a cor verde que domina a coma é emitida pela presença de carbono diatômico, que quando ionizado pela radiação ultravioleta emite luz no comprimento de onda de 550 nanômetros. Clique para ampliar
Na Região Sudeste, o melhor horário para ver o cometa é às 21h00, quando ele atinge o máximo da altura acima do horizonte norte, a 30 graus de elevação. A carta acima ajuda você a encontrar o verdinho. Se você ainda não viu, a hora é agora. Depois disso, somente daqui a 8 mil anos, quando ele estará de volta. Bons céus! LEIA MAIS NOTÍCIAS
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