Segunda-feira, 11 mai 2015 - 08h38
Por José Alberto Vivas Veloso
Quase todos os terremotos são produtos do deslocamento das placas tectônicas e o que ocorreu recentemente no Nepal não fugiu a regra. A região é uma das mais ativas faixas sísmicas do mundo e os pesquisadores já haviam chamado a atenção para os riscos na região.
Clique para ampliar A sismicidade em torno dos Himalaias está inserida em um contexto maior, envolvendo as placas Africana e Arábica, que junto com a Indiana, também colidem com a Eurasiana, para formar a faixa sísmica Alpino-Himalaia, a segunda mais ativa do mundo.
O sismo de 25/04/2015, com M7.8 e a menos de 80 km da capital Kathmandu, tornou-se o mais novo integrante da listagem. Seus efeitos devastadores resultaram não apenas da elevada magnitude, como da profundidade rasa, apenas 10 km e com epicentro muito próximo de duas cidades populosas e com construções frágeis.
Como resistir a tudo isto? Somente edificações construídas para suportar altas acelerações do terreno tendem a ficar de pé. De outra forma, caem como de papel fossem. Clique para ampliar
Por tratar-se de um processo longo, não é incomum que promessas feitas no calor do desastre não sejam cumpridas e caiam no esquecimento.
Não se tratou de previsão sísmica, mas de um alerta importante que não costuma surtir efeitos em países com parcos recursos econômicos e com problemas sociais de toda ordem. Situação parecida aconteceu no Haiti, pouco antes do terremoto de M7 quase aplainar a capital do país e provocar o espantoso número de mais de 200 mil mortos, em janeiro de 2010.
É totalmente certo que as placas tectônicas seguirão em movimento e os terremotos acontecendo. Mas não se sabe quando, nem onde e de que tamanho será o próximo sismo. Não existindo preparação adequada, outros episódios como o do Nepal continuarão chocando o mundo.
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