Segunda-feira, 24 ago 2020 - 09h35
Por Rogério Leite
Registrar tempestades elétricas não é algo incomum entre fotógrafos. Exige um pouco de conhecimento e técnica. No entanto, existem alguns tipos de relâmpagos muito mais raros e difíceis de fotografar, como por exemplo o sprite vermelho, que se propaga a mais de 80 km de altitude.
Sprite vermelho registrada pelo pesquisador Stephen Hummel, do Observatório McDonald, no Texas. A cena foi feita com auxílio de câmera de alta velocidade, capaz de fazer 200 frames em apenas 1 segundo. Crédito: Stephen Hummel, Observatório McDonald. Os sprites vermelhos são descargas elétricas que ocorrem na alta atmosfera da Terra e estão associados a tempestades, mas não nascem nos mesmo tipos de nuvens que formam as chuvas. Na realidade, eles ocorrem na chamada mesosfera, a terceira camada da atmosfera localizada diretamente acima da estratosfera e abaixo da termosfera, a cerca de 80 km de altitude. De acordo com o cientista Matthew Cappucci, especialista em raios da Weather Gang, alguns sprites vermelhos pode chegar a mas de 50 km de diâmetro, mas sua duração não passa de poucos milissegundos.
Com a popularização das câmeras de alta velocidade, principalmente voltadas à pesquisa científica, esse panorama mudou radicalmente e o registro de Sprites passou a ser muito mais fácil. A foto acima, por exemplo, foi feita pelo cientista Stephen Hummel, ligado ao Observatório McDonald, no Texas, que registrou o fenômeno com uma câmera de alta velocidade, capaz de capturar cerca de 200 quadros por segundo. A cena foi feita em 2 de julho de 2020 e devido à velocidade de captura é possível observar a estrutura com grande riqueza de detalhes.
Alguns descrevem os sprites vermelhos como similares aos fogos de artifício, como luzes dançantes ou chuveiros de raios. Embora os sprites sejam mal compreendidos, os especialistas em descargas atmosféricos descobriram que normalmente eles são iniciados por um poderoso raio comum próximo ao solo, mas que segue em direção à alta atmosfera, onde é gerado o fenômeno. Segundo os cientistas, eles agem como uma espécie de mecanismo de equilíbrio que a atmosfera usa para descarregar a eletricidade residual que permanece acumulada.
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