Chuviscos matinais em Xanadu Categoria: Astronomia e Astrofísica
Um grupo de astrónomos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, trabalhou sobre imagens recentes de Titã, a maior lua de SaturnoSaturno
Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. Com um diâmetro cerca de 10 vezes o da Terra, é o segundo maior planeta do Sistema Solar. A sua característica mais marcante são os belos anéis que o rodeiam., obtidas no infravermelho próximoinfravermelho próximo
Região do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 0,7 e 5 mícrones. Esta banda permite observar astros ou fenómenos com temperaturas entre 740 e 5200 graus Kelvin.pelo VLTVery Large Telescope (VLT)
O Very Large Telescope é um observatório operado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) e localizado no Cerro Paranal, no deserto de Atacama, no Chile. O VLT é composto por 4 telescópios de 8,2 m de diâmetro que podem trabalhar simultaneamente, constituindo um interferómetro óptico, ou independentemente.(Very Large Telescope) do ESOEuropean Southern Observatory (ESO)
O Observatório Europeu do Sul é uma organização europeia de Astronomia para o estudo do céu austral fundada em 1962. Conta actualmente com a participação de 10 países europeus e ainda do Chile. Portugal tornou-se membro do ESO em 1 de Janeiro de 2001, no seguimento de um acordo de cooperação que durou cerca de 10 anos., no Chile, e pelo Observatório KeckW. M. Keck Observatory
O Observatório W. M. Keck é operado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e pela NASA, e encontra-se localizado em Mauna Kea, no Havai. O observatório é constituído por dois telescópios gémeos de 10 metros, o Keck I e o Keck II., no Havai. Os resultados obtidos comprovam a existência de uma cobertura nebulosanebulosa
Uma nebulosa é uma nuvem de gás e poeira interestelares.quase global a altitudes elveadas, bem como chuviscos matinais de metano, fracos e persistentes, sobre as colinas ocidentais do maior continente de Titã, Xanadu.
Na maior parte das imagens do Keck e do VLT, as nuvens de metano líquido e os chuviscos surgem no início da manhã, mal o SolSol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.começa a iluminar a lua. Segundo os membros da equipa, a causa destes chuviscos pode estar relacionada com a própria topografia de Titã, resultando de processos similares aos que acontecem na Terra e que dão origem às chuvas orográficas. Estes chuviscos matinais ocorrem apenas em áreas próximas de Xanadu, mas nem sempre no mesmo sítio. Dependendo das condições locais, a chuva pode atingir o solo, ou então converter-se em neblina baixa e a meio da manhã dissipa-se. Convém notar que um dia em Titã dura 16 dias terrestres, pelo que estas manhãs de neblina ou de chuva fraca duram aproximadamente 3 dias terrestres.
As primeiras evidências do fenómeno surgiram quando Máté Ádámkóvics, um dos membros da equipa, analisava dados recolhidos em Fevereiro de 2005 pelo novo instrumento do VLT - Spectrograph for Integral Field Observations in the Near Infrared (SINFONI). Imagens e espectros obtidos posteriormente, a 17 de Abril de 2006, pelo OH-Suppressing Infra-Red Imaging Spectrograph (OSIRIS), no Keck II, confirmaram as nuvens. Ambos os instrumentos mediram espectros de luz em vários pontos de uma imagem, em vez de estimarem um valor médio sobre uma pequena abertura. Subtraindo a luz reflectida pela superfície da luz reflectida pelas nuvens, os investigadores conseguiram obter imagens das nuvens cobrindo toda a lua.
Titã é maior que o planetaplaneta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam. MercúrioMercúrio
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol. É o mais pequeno dos planetas rochosos, com um diâmetro cerca de 40% menor do que o da Terra. e é a única lua no Sistema SolarSistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.com uma atmosferaatmosfera
1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.pouco densa, que é essencialmente composta por azoto, semelhante à atmosfera primitiva da Terra. Observações prévias revelaram que uma neblina de hidrocarbonetos envolve toda a lua, estendendo-se até uma altitude de 500 quilómetros, tornando-se menos densa nas camadas superiores. A concentração máxima dá-se no pólo sul, entre os 30 e os 50 quilómetros de altitude.
À superfície, a temperatura é muito baixa (-183ºC) permitindo a existência de metano e etano nos estados líquido e sólido. Junto aos pólos, existem configurações que se julga serem lagos de hidrocarbonetos no estado líquido, análogos aos oceanos na Terra, e que presumivelmente estarão a ser alimentados pela precipitação de metano. A sonda HuygensCassini-Huygens (NASA/ESA)
A missão Cassini-Huygens é uma missão conjunta da NASA e da ESA dedicada a Saturno que foi lançada no dia 13 de Outubro de 1997. Esta missão é composta por duas sondas: a sonda Cassini cujo objectivo principal é o estudo de Saturno, da sua atmosfera e do seu campo magnético, e a sonda Huygens cujo objectivo é o estudo da atmosfera do maior satélite de Saturno, Titã. O ponto alto desta missão será sem dúvida o pouso da sonda Huygens na superfície de Titã.da ESAEuropean Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal. já observara formações na superfície que podiam ter sido geradas por precipitação. No entanto, até agora, nenhuma precipitação fora observada directamente.
Máté Ádámkóvics pensa que a chuva pode ser o mecanismo dominante para devolver o metano da atmosfera à superfície, fechando o ciclo do metano, num processo semelhante ao que ocorre na Terra com o ciclo da água.
As nuvens de metano gelado foram observadas, pela primeira vez, no pólo sul de Titã, em 2001, por um grupo de cientistas da Calthec, usando o Keck II. Depois disso, nuvens isoladas de etano foram observadas no pólo norte pela Cassini, tal como algumas nuvens de metano em latitudes médias a sul. Em 2005, a Huygens recolheu dados que mostravam evidências de haver nuvens geladas de metano entre os 25 e os 30 quilómetros de altitude. A extensão das nuvens nas camadas mais baixas era, no entanto, ainda pouco clara.
As novas imagens mostram distintamente uma ampla nuvem de metano gelado, a uma altitude entre os 25 e os 35 quilómetros, e nuvens líquidas de metano na tropopausa, abaixo dos 20 quilómetros, com chuva nas regiões inferiores. Segundo Máté Ádámkóvics, as nuvens são semelhantes aos cirros na Terra, com a diferença de que as gotículas de metano em Titã terão, segundo as previsões, pelo menos 1 milímetro, ou seja, serão mil vezes maiores que as das nuvens terrestres. Como o conteúdo em humidade é semelhante ao das nuvens na Terra, isto significa que as gotículas em Titã estarão muito mais espalhadas, formando nuvens menos densas e por isso mais difíceis de detectar.
Estes resultados foram publicados na edição de 11 de Outubro de 2007 do Science Express, uma versão on-line do jornal Science, com o título: "Widespread Morning Drizzle on Titan", por Máté Ádámkovics, Michael H. Wong, Conor Laver, e Imke de Pater. Foram também apresentados em conferência de imprensa a 11 de Outubro no encontro da Divisão para Ciências Planetárias da Sociedade Astronómica Americana.
As novas imagens mostram distintamente uma ampla nuvem de metano gelado, a uma altitude entre os 25 e os 35 quilómetros, e nuvens líquidas de metano na tropopausa, abaixo dos 20 quilómetros, com chuva nas regiões inferiores. Segundo Máté Ádámkóvics, as nuvens são semelhantes aos cirros na Terra, com a diferença de que as gotículas de metano em Titã terão, segundo as previsões, pelo menos 1 milímetro, ou seja, serão mil vezes maiores que as das nuvens terrestres. Como o conteúdo em humidade é semelhante ao das nuvens na Terra, isto significa que as gotículas em Titã estarão muito mais espalhadas, formando nuvens menos densas e por isso mais difíceis de detectar.
Estes resultados foram publicados na edição de 11 de Outubro de 2007 do Science Express, uma versão on-line do jornal Science, com o título: "Widespread Morning Drizzle on Titan", por Máté Ádámkovics, Michael H. Wong, Conor Laver, e Imke de Pater. Foram também apresentados em conferência de imprensa a 11 de Outubro no encontro da Divisão para Ciências Planetárias da Sociedade Astronómica Americana.
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